terça-feira, 15 de janeiro de 2019

TAOÍSMO X ZONA DE CONFORTO


A palavra TAO significa via, caminho. O Taoísmo é uma filosofia de vida baseado no livro Tao Te Ching. O livro do caminho e da virtude, ao qual a tradição atribui ao pensador chinês, Lao Tzu.

No taoísmo, o mundo não é algo separado de nós e não temos que dominá-lo, controlá-lo, ou nos submeter a ele. Não! Lao Tzu diz: “Sem sair de casa, eu conheço o universo todo.”

A arte de viver parece mais com navegar do que guerrear. Você tem de observar o vento, as marés, as correntes marítimas. Seguir o Tao consiste em confiar no curso da natureza e do universo. O taoísmo parte da premissa básica que se não pode confiar no universo, não pode confiar em si mesmo.

Lao Tzu diz que você tem que arriscar. Isso é importante porque se não assumir riscos, não há liberdade. Mas atenção, esta liberdade não é a liberdade de escolher entre duas opções. É um tipo de liberdade que implica em uma aposta. Para o taoísmo, a escolha livre, é aquela que coloca em risco a nossa existência. Não é nada espiritual. Lá no fundo, todos têm uma zona de conforto, que nos dá algo básico, um refúgio, que nos faz viver uma rotina que nos torna dependentes.

Todos têm a sua própria zona de conforto. Para alguns é o trabalho; para outros, é o parceiro, a família ou até mesmo a sua casa.

E aí, e quanto a você, qual é a sua zona de conforto?

Wu Wei é o estilo de vida dos seguidores do Tao. É a atitude de seguir esse caminho com o mínimo de resistência possível. Isso também é importante! A força de vontade não é o que nos ajuda a sair da zona de conforto. Para nos livrar da rotina e comunidade que a zona de conforto nos oferece, um ato genuinamente livre é necessário. Aceitar as coisas como elas são, sem resistir, ao caminho do Tao.

Como explicar isso a um pai de família que vive do seguro desemprego, ou algum tipo de bolsa assistencialista?

Esse homem que ganha uma mixaria, diria que isso tudo é uma grande besteira. Seria difícil para ele, entender esse ensinamento. É o problema, por exemplo, de explicar a espiritualidade oriental no ocidente. Nós achamos que entendemos; até aceitamos as lições deles como se fossem um manual de autoajuda, mas o taoísmo não tem nada a ver com isso.

O taoísmo diz que agora, você pode dizer adeus ao parceiro que não ama mais, ao trabalho que odeia, a todos que querem mandar em sua vida, aos medos que nos ensinaram a ter desde crianças, e assim por diante. Porque a vida é o Tao. É o caminho que tomamos quando refletimos.




Se você esperar para fazer tudo até ter certeza de que está certo, provavelmente não irá fazer muita coisa. 

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

REFLETINDO A COMUNICAÇÃO


O mercado, a concorrência e a maneira de se fazer negócios estão numa frenética e constante mutação. Muitas das regras consagradas de gestão e comunicação empresarial já não são tão eficazes no cenário competitivo deste novo século. Com a disseminação das novas tecnologias de informação e da internet, estamos passando da era da comunicação de massa, onde a abordagem era de “um para muitos”, e de certa maneira retrocedendo à comunicação individualizada, com a diferença de que agora ela é instantânea e acessível, praticamente, em qualquer lugar do mundo.

Historicamente, os profissionais de comunicação detinham o controle do mercado, pois tinham acesso privilegiado à tecnologia de informação; e os consumidores apenas reagiam. Com o maior acesso à informação, ao conhecimento e a tecnologia, o poder se deslocou para o consumidor, pois, com um simples toque na tela do celular, ele pode verificar os produtos, comparar preços, identificar fornecedores, avaliar a capacidade de entrega, satisfação (ou não) de outros clientes e, com base nisso tudo, fazer o seu pedido e receber o produto em casa.



De meados dos anos 2000 até hoje venho falando, incansavelmente, que ser capaz de lidar com a informação nas suas mais variadas dimensões, interpretando o significado próprio e posicionando-se politicamente, se constitui num grande desafio. É indubitável que o profissional de Comunicação está desafiado a produzir um diferencial com relação ao “status quo”, o que exige uma macro visão das informações disponíveis e, por via de consequência, a proposição de uma ação inovadora. A partir de um sistema de informações e observações concretas do cenário em que ocorrem aquelas variações, esse mesmo profissional pode dinamizar ações estratégicas capazes de permitir um posicionamento político possibilitando-o a intervir na realidade como um agente de mudança.



Aí vem aquela “galera do contra” criticando essa proposta. Tudo bem, criticas sempre serão bem-vindas, porém em todos os campos do saber, a dialética para se opor as verdades que não queremos aceitar é uma das formas mais criativas de se construir uma linha de pensamento voltada para o futuro. Numa visão maniqueísta, torna-se muito fácil contestar uma ideia nova, basta dizer que ela não vai dar certo, concorda? Pensa nisso.

Abraços!

terça-feira, 18 de setembro de 2018

SIMPLICIDADE - A VIRTUDE DAS GRANDES PESSOAS


Hipárquia de Maroneia (350-280 a.C.), pertenceu à Escola de Cinismo, filósofos que praticavam a autossuficiência.

Ela vivia uma vida nada luxuosa. Achava que, para alcançar a felicidade, tínhamos que nos livrar do que era supérfluo. Queria mostrar a superficialidade da vida praticando a austeridade, a superficialidade da nossa vida.

Hipárquia lutou por essa vida porque era mulher. Participava de debates intelectuais, mas tentavam ridicularizá-la. Os homens não queriam que ela rejeitasse o trabalho que lhe era imposto: tecer. Em vez disso, ela se dedicava à filosofia. Ela não se importava com o que pensavam dela. Para ela, a felicidade não era seguir a opinião da sociedade.

No cinismo, não há diferença entre quem somos e a imagem que passamos.

Já se perguntaram como as pessoas os enxergam? Vocês podem passar uma imagem que não corresponde a quem são realmente.

A maioria escolhe o que vestir com base na imagem que quer passar. Nós saímos das lojas com roupas associadas aos personagens que criamos. Hipárquia se vestia humildemente e tinha uma regra muito simples: satisfazer apenas as necessidades básicas.

E eu pergunto: por que associamos a felicidade à posse material?

Se os filósofos cínicos viessem ao shopping, iriam rir de tudo isso.

Os cínicos eram provocadores. Diógenes de Sinope, por exemplo, se masturbava na praça, mas eram austeros.

Agora a austeridade de Hipárquia virou moda na política. É legal recusar carros e residências oficiais, andar de metrô, tomar café no botequim, comer pastel na feira, entre outros modismos. Os políticos, principalmente de esquerda, são elegantes perto de Hipárquia.

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

DIVAGANDO A MILITÂNCIA GAY



Observando o discurso e o posicionamento político de alguns (portanto não estou generalizando, antes de ser mal interpretado) amigos gays, me chateia muito que eles tenham sidos monopolizados pela esquerda, afinal governos socialistas perseguiram e exterminaram sistematicamente homossexuais ao longo da história; mas nosso inconsciente político parece filtrar isso pelas pautas de justiça social abertamente defendidas pelo campo da esquerda.

Essa aproximação toda nos últimos tempos, além de ser contraditória, é estritamente interessada. No Brasil, não coincidentemente, tornou-se corriqueiras as denúncias de desvio de verbas públicas na casa dos milhões de reais de ONG's e Paradas Gays, além de uma forte acentuação num discurso antirreligioso (o socialismo/comunismo é uma ideologia ateísta, que coincidência!).

A esquerda encontrou na militância gay uma forma de se financiar e mobilizar massas, tomou de sequestro a mente de pessoas de pouco repertório político e subverteu suas causas pessoais a seus interesses tiranos de poder.

É fundamental desconstruir todas essas narrativas manipuladoras.

#chegadealienação #diasmelhores #acordabrasil

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

O HOMEM É O LOBO DO PRÓPRIO HOMEM


Em tempos de polarização, fata de diálogo e excitação exacerbada (cultura do ódio, entre outras), vale lembrar de Thomas Hobbes, um filósofo do século XVII, que dizia que se fizermos nossas vontades nossa sociedade viraria um caos, uma guerra constante de todos contra todos.

De acordo com ele, o homem sempre busca o poder. O estado natural do homem é lutar para impor a sua vontade sobre os outros. Mas, ao mesmo tempo, o homem tem medo de não sobreviver e, por isso, Hobbes sugere a implantação de um governo forte que forneça segurança e evite a destruição do indivíduo.

Homens e mulheres, para todos os fins, têm que chegar a um acordo e submeter nossas vontades a uma autoridade que restabeleça a ordem. Hobbes diz para respeitarmos a autoridade como estratégia de sobrevivência. Ele apelava aos impulsos egoístas para fazer as pessoas entenderem que obedecer ao governo era o melhor para elas. Assim, poderíamos evitar retornar àquele estado de guerra permanente no qual o homem é o lobo do próprio homem.

Hobbes afirma que o homem, por natureza é um ser egoísta, mau e não cooperativo, capaz de qualquer coisa para satisfazer seus desejos. Em outras palavras, é por isso que, segundo o próprio autor, é necessária uma figura autoritária, seja um rei, presidente ou algo do gênero. Quer gostemos ou não. Sem a espada, as leis são apenas palavras.

Vale a reflexão. 

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

INCÊNDIO NO MUSEU NACIONAL E A NOSSA CULTURA


Ontem, vendo o incêndio que destruiu o Museu Nacional aqui no Rio de Janeiro, fiquei tão perplexo que demorou para a “ficha cair”. Como pode uma instituição criada por Dom João VI, com 200 anos de história e acervo de 20 milhões de itens, estar abandonada pela sociedade? Sim, pela sociedade, afinal todos nós temos a nossa parcela de culpa. É muito fácil apontar o desleixo apenas das autoridades (in)competentes e esquecer que só estamos falando dele devido a tragédia, caso contrário estaria no esquecimento coletivo da sociedade, como, de fato, estava. Hipocrisia pouca é bobagem! Contudo, a ideia não é polemizar, apenas olhar e analisar os fatos sob outra perspectiva. O que não diminui em nada a minha tristeza e indignação. Lindo e triste Brasil!


Então vamos lá, coincidentemente estamos em época de eleições e, logicamente, muitos candidatos irão apadrinhar essa causa com propostas das mais variadas possíveis a fim de cuidarmos melhor da nossa cultura. Mas não é bem assim. O que realmente fomenta essas propostas é aquilo que nos constitui enquanto pessoas, aquilo que vislumbramos. Não há milagres a fazer. Há uma boa vontade consciente. A máxima “pensar localmente, agir globalmente“ é um passo potencializador. Quero dizer com isso que a cultura tem sido a bandeira de muitos e, com essa tragédia, parece que voltará a estar na moda. Mas, tiremos a areia dos olhos e pensemos que a cultura está para além do mercado da arte. Está atrelada a educação e as manifestações socioculturais que a fomentam ciclicamente. A “conveniência da cultura” para fortalecimento da sociedade civil muitas vezes segue um ritual apenas performático com signos funcionais e espetaculares. Mais do mesmo, com outra roupagem, outro linguajar, outras faces repetidas. Acredito que o real valor da cultura deveria ser esse do encontro e da reprodução de valores, identidades e retóricas. Deveria ser esse da fomentação de novos olhares, novos discursos, nova gente. Um valor que estende seu olhar incisivo às investidas dominantes, que dialoga com um olhar viciado, discriminatório, arraigado nos processos históricos e separatistas. Tornando esse olhar tacanho, natural ao outro.

Educação, cultura, esporte, são fundamentais para o bem viver. Cultura e esporte, por si só, rendem bons frutos; mas educação e consciência alargada rendem um cidadão. E cidadãos precisam de espaço, porque assim o merecimento se dissemina como um dia contagiante de sol.

Abraços!



quarta-feira, 29 de agosto de 2018

RESPEITO



Em tempos de mídias sociais “bombando” e brincadeiras à parte, se você apoia o Bolsonaro, continuará na minha lista de amigos. Se apoia o Lula também. Se apoia a Mula Sem Cabeça também. Quem escolhe amigo por causa de político é muito idiota; quem pede para excluir, pior ainda. Todo mundo luta pelo direito de ter direito, mas no fim ninguém respeita o direito de escolha de ninguém.

Ofensas, disseminação de ódio......triste realidade.

#respeito #educação #acordabrasil #diasmelhores


terça-feira, 28 de agosto de 2018

NA LATA COM MAQUIAVEL - O FIM JUSTIFICA OS MEIOS


Como os ricos e poderosos chegaram aonde estão? São mais espertos? Mais bonitos? Mais inteligentes? Não! Nada disso.

Nicolau Maquiavel (1496-1527), político e filósofo italiano, diria, simplesmente, que são mais diabólicos. Se quiser ter sucesso na vida, pise nos outros. Você terá êxito de uma forma nada honrosa, mas isso não é problema, desde que chegue aonde quer. Ou seja, não importa quem governe, mas como faz isso. Afinal, o que você acha: o fim justifica os meios?

Em O Príncipe, Maquiavel considera que o poder do Estado está acima de tudo. Até o ponto em que, numa situação extrema, o governo possa recorrer à crueldade e à fraude de maneira legítima.

É forte o Estado passar por cima da lei para se defender. Além disso, por que deveria dispor das nossas vidas sem limitações?

Maquiavel diz as coisas como elas são realmente. Que a força é a força, a violência é a violência, e a mentira é a mentira. E não há por que dissimular nada com belos ideais.

Definitivamente, Maquiavel defende o mal para salvar o Estado.

Pensando bem, por que é importante salvar um Estado capaz de prejudicar seus cidadãos? Vale a pena salvá-lo? Se o fim justifica os meios, o que justifica o fim?



domingo, 26 de agosto de 2018

O QUE É NORMAL?


O filósofo Michel Foucault (1926-1984) falava do conceito de normalidade.

Poderíamos dizer que “normal” é o que temos de fazer. É o comportamento que uma sociedade considera correto. Mas o que aqui é normal, talvez não seja em outro país; o que achamos normal, talvez não fosse há dez anos atrás, e talvez não seja no ano que vem.

Foucault era homossexual. Na época dele, a homossexualidade era considerada anormal. A exclusão social que ele sofreu, o fez pôr todo o talento dele a serviço de uma causa que é mais atual do que nunca: a confusão entre o que é normal e o que é correto. Afinal, quem determina os limites da normalidade?

Segundo ele, a normalidade implica uma relação de poder. O poder classifica, ordena, controla. Decide o que é correto a cada momento. Quem sai dessa norma passa a ser estranho.

A ideia de que as coisas que fazemos têm de ser aceitas pelos outros, faz com que muita gente esconda suas verdadeiras características.

Vocês que desejam estar no grupo dos “normais”, que não querem se sentir diferentes, presta mais atenção, afinal, será que esse é, realmente, o melhor caminho? Não me considero normal, aliás, deve ser muito chato, enfadonho e monótono essa tal normalidade. 

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

ASTRONAUTAS


Conversando com o gestor/reitor de uma determinada Instituição de Ensino Superior (IES), fui questionado se eu tinha ciência que ele sabia de TUDO o que estava acontecendo, na instituição, naquele momento. Num curto espaço de tempo, o fato se repetiu com uma diretora acadêmica de outra IES.

Coincidência ou não, ambos não tinham a menor ideia do que estava se passando, aliás, arrisco a dizer que ainda não têm. Porém, ambos também adoram ser bajulados (leia-se: com informações e opiniões que eles querem escutar – enviesadas) e não suportam opiniões opostas. Mudam de humor com muita facilidade, se vangloriam pela posição e prestígio de seus respectivos cargos, mas seus funcionários, na maioria, estão insatisfeitos.

Você já pensou como produz um funcionário insatisfeito?

Há muita informação para gerenciar e pouco tempo para analisar profundamente as principais questões sobre Gestão de Pessoas (atividade essa, reconhecida como uma das mais importantes questões para o sucesso de qualquer estratégia).

Segundo Carmello (2013), gestores tradicionais estão combatendo a complexidade da gestão com informações massificadas e generalizadas. Ao observar esta prática podemos concluir que é como se os gestores estivessem jogando damas, ou seja, tratando seus funcionários como peças iguais, sem tempo para alinhar expectativas de forma individual, conduzindo suas equipes como se todos manifestassem os mesmos resultados, a mesma disposição e o mesmo nível de conhecimento.

Tamanha velocidade e complexidade dessas mudanças deixam os gestores numa situação complicada, pois, na verdade, sabem que precisam orientar, engajar e capacitar sua equipe, e, ao mesmo tempo, também precisam aprimorar suas competências. Porém, estão tão atarefados, resolvendo inúmeros problemas e/ou acúmulo de funções, que se queixam de falta de tempo para desenvolver e orientar sua equipe. Estar à deriva no tempo e no espaço não é privilégio somente dos astronautas.


sexta-feira, 10 de agosto de 2018

A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO



Segundo o escritor, cineasta e filósofo francês, Guy Debord (1931-1994), nosso modelo de sociedade converteu nossas vidas em um espetáculo.

Para esse pensador, que não conhecia redes sociais, vivemos numa tela global em que todos querem aparecer a qualquer preço. Ou seja, só quem se mostra é que existe, se não mostra, não existe.

Entre outras palavras, só conta o que projetamos de nós mesmos numa imagem.

É isso mesmo? Se não colocarmos nossas imagens nas redes, não existimos? Compartilhar sua vida com tanta gente é legal ou narcisismo? A resposta é óbvia!

De que adianta todos estarem informados de tudo que fazemos? E a nossa privacidade? Por que temos que revelar nossas intimidades, como macacos de circo se masturbando em público? Sem falar de quem filma um show, em vez de assisti-lo. Hoje a tendência é que a memória fique na memória do celular. E, mesmo que você registre muitas cenas importantes, na hora de vê-las, temos o olhar tão apressado quanto o percorrer do dedo.

Para agravar um pouco mais a situação, segundo Mario Sergio Cortella, nosso filósofo, professor e escritor, basicamente nossas memórias foram ficando mais fluidas e, com isso, o aprendizado também. Quando se tem memórias de eventos importantes, elas fazem com que você tenha um tempo de maturação entre uma situação e outra. Portanto o aprendizado com a vida ficou mais difícil, uma vez que, hoje, as coisas se dão em sucessão tão veloz que eu tenho a informação, mas não necessariamente o aprendizado. Mal eu começo a assimilar um tema, já aparece outro na sequência.

Pessoalmente não sou contra a tecnologia, ao contrário, mas experimente parar de olhar a vida através de uma câmera e aproveitá-la com os olhos e todos os sentidos. Garanto que você irá curtir e aprender muito mais!

De acordo, novamente, com Guy Debord, o homem se converte num espectador de si mesmo quando se vê refletido em qualquer tela. Mas também se converte em um ser passivo, incapaz de tomar decisões, de viver a própria vida. Em lugar de viver, consumimos ilusões - A Sociedade do Espetáculo (Debord, 1967).

O tema nunca foi tão atual, afinal, o que importa é ser feliz, não é mesmo? Pensando nisso, e também numa próxima reflexão, se Aristóteles fosse vivo, ele teria perfil no Facebook?




sábado, 4 de agosto de 2018

SALVE GABEIRA!

Enquanto o PT, que se acha acima do bem e do mal, confirma a candidatura do Lula à Presidência da República, ontem o candidato Jair Messias Bolsonaro colocou a Rede Globo no bolso. Exceto o Gabeira, que o tratou com o respeito que a profissão exige e fez perguntas coerentes, o resto, lamentavelmente, deu pena.
Como jornalista e professor fica difícil explicar e defender uma profissão tão bonita e NECESSÁRIA para qualquer sociedade, vendo colegas, da principal emissora do país, sendo tendenciosos, mau educados e quebrando todas as premissas da profissão. Não podia acabar bem, como, de fato, não acabou.

Ideologias políticas a parte, parabéns ao Bolsonaro e, principalmente, ao Jornalista, com J maiúsculo mesmo, Fernando Gabeira que mandou muito bem e representou a classe. Salve Gabeira!

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

TROCANDO IDEIA SOBRE POLÍTICA


Já disse isso uma vez e repito, penso que somos brasileiros, de diversas profissões, que queremos oferecer uma contribuição pessoal, profissional e social para valorizar e desenvolver a cidadania no Brasil. A construção de um Brasil melhor depende da ação da sociedade, da junção de pessoas de bem em prol de objetivos comuns.

Parabéns à todos os brasileiros que não souberam votar e escolheram uma verdadeira CORJA DE LADRÕES. Infelizmente, eu fui um desses. Paciência, o importante é aprendermos com os nossos erros. Nós temos a voz! Precisamos lutar por um país mais justo! Estamos passando pela vida, com medo, receios, revoltas e nada fazemos. Precisamos viver! Precisamos mudar tudo isso. Precisamos lutar por uma sociedade mais justa, por um país mais justo!

Vivemos num mundo cheio de incertezas. Tudo ao nosso redor é precário e muda cada vez mais rápido. De acordo com o filósofo polonês, Zygmunt Bauman (1925-2017), a nossa realidade se tornou líquida.

Vivemos num mundo onde frequentemente temos que tomar decisões, mas, cada vez menos, temos capacidade de realizá-las. Bauman dizia que nessa sociedade líquida na qual pertencemos, ninguém toma decisões sensatas. É como se estivéssemos em um avião que além de estar passando por turbulências, também está voando sem piloto. Ou assumimos o controle, ou estamos ferrados!

Os políticos dizem que podemos mudar as coisas votando, mas o que define as coisas é o dinheiro. Isso chama-se economia. Não há um debate ativo onde os cidadãos possam se envolver. Enquanto isso, a política virou um espetáculo, não? Todos os partidos se fazem presentes nas redes sociais; todo ano de eleição é sempre a mesma coisa: promessas, soluções para tudo, abraços nas crianças, comunidades carentes, e assim por diante.

É por isso que a política se transformou na arte das aparências: passar a imagem mais positiva, como a imagem que qualquer instituição quer passar hoje. Porém, também sabemos que, dentre outras coisas, a política consiste em mentir para conseguir o que você quer. Resumindo, para Bauman a política virou um mercado. A cultura do espetáculo fez os líderes políticos abraçarem o show business. E o que importa agora são as campanhas midiáticas, como a mensagem é vendida e a aparência delas. Afinal, não importa quem governa, pois, o mercado é quem decide economicamente.       

Dizem que somos livres para trabalhar onde quisermos, mas com o passar do tempo, os trabalhos duram menos. Temos mais oportunidade de planejar nossas vidas, mas o futuro nunca foi tão incerto e, acredite, há motivos para ficarmos deprimidos. 

Falta um debate mais profundo.

segunda-feira, 30 de julho de 2018

SALVE NIETZSCHE!



As empresas deveriam promover a reflexão sobre os propósitos pelos quais as pessoas fazem o que fazem naquele ambiente.

De nada adianta a organização ter um grupo que age roboticamente, indiferente aos resultados ou vulnerável a perder energia no primeiro revés sofrido. Proporcionar ocasiões que façam vir à tona as razões e os “senões” pelos quais alguém está ali é uma questão de estratégia.

Um profissional engajado contribui muito mais para um caminho de perenidade da empresa do que aquele que traz apenas uma simulação de lealdade.

Vale lembrar que lealdade é reciprocidade. Se eu perceber lealdade por parte de quem me contrata, é claro que me sentirei impelido a retribuir com a minha dedicação. Se a empresa consegue cuidar de mim, se empenha em aumentar minha competência, não me coloca apenas como um peão de xadrez no tabuleiro, a reciprocidade virá.

Não somos um rebanho de ovelhas que devemos obedecer sempre às regras. À merda com qualquer forma de servilismo! Nietzsche (1844-1900), filósofo alemão, rejeita aquilo que se limita a seguir à maioria, que não questiona nada e não tem pensamentos críticos.

Quantos de vocês observam o mundo e pensam: “É assim mesmo e não tem o que fazer?”

Custa muito mudar as coisas, é verdade. Mas fora a natureza, o resto das coisas foi o homem que criou; portanto, o homem também pode mudá-las.

A informação de hoje só será transformada em conhecimento depois de meditada, refletida, pensada no contexto de outras vivências que se tem ao longo da vida. Empresas inteligentes são aquelas que criam circunstâncias em que esse estoque de conhecimento não só possa ser inventariado como trazido à tona com situações que estimulem o intercâmbio de aprendizados. Existem várias organizações que fazem círculos de inovação, células de conhecimento, eventos para difundir informações e gerar conhecimento. Especialmente as empresas que lidam com inovação e que contam com um portfólio expressivo de produtos, têm por rotina realizar eventos em que juntam pessoas com formações e experiências diversificadas para trocar conhecimento.

O desafio hoje é que vivemos num mundo onde há pouca atenção focada e muitas distrações. Precisamos, urgentemente, combatermos a tolice e não nos conformarmos com uma existência automatizada e superficial. Nós precisamos de mais pessoas críticas. Salve Nietzsche!



sexta-feira, 20 de julho de 2018

REPENSANDO A EDUCAÇÃO NO BRASIL



Há cerca de dois anos atrás, reproduzi, no meu blog (aqui) e em sala de aula, um trecho de uma matéria publicada na Revista Agitação (ed. 131 – Setembro/Outubro 2016) com essa mesma proposta. Foi, inclusive, assunto de algumas reuniões em determinadas Instituições de Ensino Superior (IES).

Muito bem, com a situação do país e, consequentemente da Educação, piorando consideravelmente de lá para cá, hoje, conversando com meus amigos, também professores universitários, o tema voltou forte à tona. Dois aspectos foram considerados:

- o primeiro foi em relação a pergunta que ficou sem resposta do artigo, ou seja, com jovens até 25 anos compondo 45%, ou quase 5,4 milhões, dos 12 milhões de desempregados hoje no Brasil (dados desatualizados, esse número já cresceu consideravelmente), como estimular, com uma economia ainda mergulhada na recessão, a expansão da oferta de vagas para assegurar uma boa formação profissional às novas gerações?

- o segundo, refere-se ao descaso com a profissão que já não era valorizada. O fato é que algumas IES vêm adotando políticas do mundo corporativo, ou seja, vale tudo para aumentar o número de alunos em detrimento, inclusive, da qualidade do serviço prestado. A desvalorização dos professores, em geral, nunca foi tão acentuada. Somos peças numa engrenagem que hoje o indicador mais importante passou a ser quantitativo (leia-se: quanto maior o número de alunos, melhor).

O assunto é mais sério do que muitos imaginam. Algumas redes estão, inclusive, com o método de aperfeiçoamento contínuo e padronização. Falando isso de outra forma, os nossos planos de ensino, com descrição aula a aula e zero flexibilidade, transforma-nos todos em um. Sem diferenciação entre qualquer professor – bacharel, especialista, mestre ou doutor - será apenas um replicador do padrão. Com o tempo, novas metodologias, recursos, modismos que tentarão criar a tal “diferenciação” em um mercado, até então, “commoditizado.” Por isso que, infelizmente, o barato sairá barato por muitos e muitos anos.... mas, a longo prazo será desastroso para essa e as próximas gerações (sob a ótica acadêmica). 
   
Mantendo apenas 30%, que é obrigatório (exigido pelo MEC), de docentes com mestrado ou doutorado. A nova ordem é para priorizar especialistas, ou seja, mestres e doutores sendo demitidos pouco a pouco e, essas mesmas instituições, começam a oferecer altos descontos para atrair alunos. A famosa concentração de mercado com baixo custo (produtos low-cost).

Mas afinal, estamos falando de liderança em custo ou diferenciação? Não há meio termo. Os caras têm que sacar que crescer não é o mesmo que desenvolver. E o caminho mais rápido para a queda é o crescimento sem o correto planejamento, isto é, redução de custo não é suficiente para a sustentabilidade do negócio. Deming (1900-1994) já ensinava isso há 70 anos atrás.

Será que em ano de eleições majoritárias, ninguém percebeu ainda que a estratégia acadêmica está equivocada?

Nas áreas de Comunicação e Marketing então esse fenômeno é notório, professores desatualizados, cansados e esperando a hora da aposentadoria. Os alunos também não querem nada, seus níveis de interesses são baixíssimos e a dispersão é inversamente proporcional. Poucos são os que realmente têm algum objetivo; a maioria se contenta em aprender conteúdo do século passado e, no final do curso, pegar o canudo. Doce ingenuidade...

Aí um amigo, no calor da discussão, diz que o mercado das instituições de ensino superior mudou muito. E ele tem razão! Não há como negar que elas se tornaram empresas, verdadeiros conglomerados que visam apenas, e lamentavelmente, o lucro.

Calma lá, mas você é contra o mercado, a competição, a concorrência, o lucro? Claro que não, desde que tenhamos estratégia, acadêmica e mercadológica, à longo prazo. Assim como Adam Smith (1723-1790), filósofo escocês, também não vejo a competição como algo negativo, e sim positivo. Afinal é ela que nos faz mais eficientes e produtivos.

Ele dizia que o sucesso econômico de qualquer país depende basicamente de três coisas: o interesse de sua população, a sua capacidade de competir, e o seu respeito pela autonomia do mercado.

Não acredito que Adam Smith não achava que a educação deveria seguir os mesmos princípios que regem o funcionamento econômico. Achava que a educação poderia enriquecer um país, tanto quanto o dinheiro.

É óbvio que a nossa sociedade é competitiva. E isso se manifesta lá nos primórdios da nossa educação, no ensino fundamental. Desde o começo, somos classificados com toda essa burocracia sobre habilidades e capacidades. Eles impõem temas que não temos interesse. Por exemplo, por que os alunos devem cursar matemática, não bastaria saber as operações básicas? Por que estudar artes, que é legal, e não fotografia, cinema ou teatro? Os alunos têm que se adaptar ao sistema, gostem ou não, por quê?

As salas de aula parecem como as fábricas das quais Smith falava. Hora de entrada, sirenes, materiais especializados e, acima de tudo, o mais importante, a data de fabricação. As crianças entram no sistema por faixa etária. Por que tem que ser sempre assim? Não seria bom usarmos outros critérios?



É retórica a afirmação que o sistema educacional está ultrapassado. Então, estamos numa cadeia de produção com planos de estudos padronizados, professores automatizados e alunos limitados. Como diriam os franceses, atuais campeões do mundo de futebol: Eh bien voilà! C’est foutu!



quarta-feira, 4 de julho de 2018

DIVAGANDO O NARCISISMO



Na mitologia grega, Narciso se apaixonou pela própria imagem refletida num lago. A atração que sentia era tão forte, que tentou se beijar, caiu na água e morreu afogado.

O filósofo grego Plotino (204–270) dizia que o problema era o foco unicamente na beleza dos corpos. Há uma beleza mais importante que não tem nada a ver com a aparência externa. A beleza que, segundo o mesmo, está relacionada à busca de si mesmo. Partindo do princípio imperativo da filosofia: conheça-te a ti mesmo.

O problema de muitos narcisistas é que eles não têm autoconhecimento suficiente. Tem tanta fixação em seu “eu” que não sabem fugir dele. Mas um exercício funciona: é perguntar a nós mesmos que imagem passamos aos outros.

De acordo com Plotino, há duas possibilidades: direcionar o olhar para o corpo ou para a alma, ou seja, o mundo sensível ou o mundo das ideias. A sua verdadeira beleza não está no material, no corpo. E ele completa: “Direcione o olhar para o seu interior. Através da reflexão e lógica, faça com que a sua alma seja bela.” Porque quando a alma reflete, ela se torna mais linda; mas quando não faz, é apenas uma escrava do corpo. A tirania do corpo. Parece familiar?

A sociedade, em geral, usa a beleza do corpo para vender algo. Protótipos de beleza são impostos e nos fazem prestar mais atenção às calorias, dietas, academias e cada vez mais temos uma indústria idiota, dedicada ao impossível: preservar a juventude - em detrimento, inclusive, da própria saúde. Se Plotino fosse vivo ele surtaria!

segunda-feira, 21 de maio de 2018

SOBREVIVENDO


Triste constatação, porém cada vez mais aqui no Brasil, especificamente no Rio de Janeiro, não se vive; vamos sobrevivendo.
Sobrevivemos a falta de respeito, educação, compaixão e ingratidão;
Sobrevivemos as altas taxas de juros, impostos e burocracia;
Sobrevivemos a falta de grana e condições para crescimento pessoal e profissional;
Sobrevivemos a ganância de poucos e a ignorância de muitos;
Sobrevivemos ao preconceito, as injustiças e a impunidade;
Sobrevivemos aos falsos amigos e as inúmeras promessas;
Sobrevivemos a insegurança, a péssima qualidade dos serviços públicos e ao desdenho absurdo das autoridades (in)competentes.
E assim por diante, infelizmente...
Somos uma cidade, um estado e um país de fortes sobreviventes que convergimos à um único sentimento que ainda temos em abundância, a esperança. 
Torço muito para que após as eleições deste ano, Portugal não vire o país dos sobreviventes brasileiros.
#lindoetristebrasil #acordabrasil #sobrevivendo #esperança #diasmelhores